A CANTIGA É UMA ARMA – “Avante, Camarada”
A CANTIGA É UMA ARMA – “Avante, Camarada”
Em 1967, Luís Cília, que se encontrava exilado em Paris, compôs “Avante, Camarada”, uma canção destinada a ser transmitida pela “Rádio Portugal Livre” (RPL), que era uma estação em português, criada em 1962, e que emitia em onda curta a partir de Bucareste, na Roménia, funcionando como antena do Partido Comunista Português, que, assim, fazia chegar a território nacional a sua voz, proibida pelo Estado Novo.
“Avante, camarada” foi incluída no disco "Canções Portuguesas", editado em Moscovo pela “Melodia”, sendo os temas interpretados por Luísa Basto, acompanhada pela orquestra “Ecran Azul".
Frequentemente transmitida pela “Rádio Portugal Livre”, a canção tornou-se muito conhecida em Portugal, sendo nas vésperas do 25 de Abril de 1974 um dos mais populares temas da resistência antifascista e uma espécie de segundo hino do Partido Comunista Português.
Segundo Rúben de Carvalho, “após a Revolução dos Cravos, Luísa Basto, regressada a Portugal, gravou nova versão para a editora “Sassetti”, com arranjos e direção de Pedro Osório, refletindo claramente a sonoridade das baladas que haviam celebrizado o programa televisivo "Zip Zip" e conheceriam grande expansão nos anos de 74, 75 e 76.”
A letra da canção “Avante, Camarada” fala, com grande entusiasmo, da resistência e da luta clandestina, da esperança dos que estão prisioneiros ou dos que estão sujeitos à opressão, da alegria que está para chegar.
É um hino de resistência ao fascismo e um hino de crença num futuro melhor, com a chegada do dia em que “o sol brilhará para todos nós!”:
"Ergue da noite, clandestino,
À luz do dia a felicidade
Que o novo sol vai nascendo
Em nossas vozes vai crescendo
Um novo hino à liberdade."
Vamos, então, ouvir – e cantar – “Avante, Camarada”, na sua versão original de 1967, que, entre outros aspetos, se caracteriza por não possuir coros…
A Organização