Mário Augusto em Ponte da Barca: “Magalhães é um exemplo de astúcia e de resiliência
Mário Augusto em Ponte da Barca:
“Magalhães é um exemplo de astúcia e de resiliência”
Fernão de Magalhães é um exemplo de astúcia, de determinação e de resiliência, que nos deixou a admirável lição de que na vida é preciso ir sempre à procura de algo novo.
A afirmação é de Mário Augusto – rosto amplamente conhecido pela presença continuada na televisão a falar de cinema, para além de ser autor de várias obras – e foi proferida no auditório da Casa de Santo António do Buraquinho, em Ponte da Barca, no âmbito do colóquio “De Fernão de Magalhães à Magia da 7.ª Arte – Conversa à volta da circum-navegação, da Literatura e do Cinema”.
Falando para uma plateia constituída maioritariamente por alunos do 12.º ano, a que se juntou, na parte final, o Presidente da Câmara e os seis vereadores, até então em reunião ordinária, o convidado partilhou a sua experiência como jornalista especializado em cinema, dedicando ainda particular atenção ao projeto “Planeta Magalhães”, em que assina 14 episódios sobre a viagem de circum-navegação.
A vida e a viagem de Fernão de Magalhães são uma grande história que daria um grande filme e o mais estranho é que ainda não tenha sido produzido. Aliás, sublinhou, é notável o percurso deste homem que, ainda adolescente, partiu para a corte e daí fez-se ao largo, dando novos mundos ao mundo e estando na origem de uma verdadeira revolução a vários níveis.
Neste contexto, interpelou diretamente os alunos para que sejam sempre curiosos, porque a melhor universidade é a curiosidade, atitude que nos permite descobrir coisas e relacioná-las, produzindo conhecimento.
Um mundo de sucesso efémero
Num registo muito informal e próximo, Mário Augusto falou também de cinema e dos grandes desafios que se colocam à Sétima Arte.
Respondendo a algumas perguntas, disse que a indústria do audiovisual está em transformação e que o mundo de hoje está feito para o sucesso efémero e muito virado para experiências.
Em relação ao cinema português, garantiu que está melhor, com uma geração jovem a fazer um trabalho de muita qualidade. Mas somos um público muito reduzido, pelo que, na sua opinião, o futuro passa pela aposta na coprodução, para, assim, ganharmos escala.
Confrontado com o desafio de indicar os seus três filmes de eleição, Mário Augusto mostrou algumas reservas face à dificuldade da escolha, mas sempre foi avançando que os melhores filmes são aqueles que nos inquietam. E, neste contexto e em diferentes etapas da sua vida, houve três que tiveram (e ainda têm) um impacto muito relevante: “O Padrinho”, de Francis Ford Coppola; “Ladrões de Bicicletas”, de Vittorio De Sica; e “ET – O Extraterrestre”, de Steven Spielberg.
500 árvores para o navegador
O colóquio aconteceu no âmbito do trabalho do Plano Nacional do Cinema que está a ser dinamizado no Agrupamento de Escolas e contou com o apoio do Município e das edições Opera Omnia.
Para além da promoção da literacia para o cinema e do gosto pela Sétima Arte junto do público escolar, pretendeu ainda divulgar a vida e a obra, assim como o legado civilizacional da viagem de Magalhães que, há 500 anos, abraçou povos e uniu continentes.
Esta ideia da globalização e da universalidade foi, de resto, sublinhada tanto pelo Diretor do Agrupamento, Carlos Louro, como pelo Presidente da Câmara Municipal, Augusto Marinho.
No final do colóquio, Mário Augusto apadrinhou a plantação de uma árvore, na Avenida Fernão de Magalhães, para assinalar a viagem do navegador com raízes barquenses.
Trata-se da primeira de um conjunto de 500 árvores que serão plantadas, numa iniciativa do Agrupamento de Escolas em parceria com a Câmara Municipal, com o objetivo de promover os valores da sustentabilidade e da cidadania global, tendo em conta a “Agenda 2030”, da Organização das Nações Unidas, e os seus “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
A Organização