Semana da Memória das Vítimas do Holocausto - Mensagem do Ministro da Educação ao AEPB
Semana da Memória das Vítimas do Holocausto
Mensagem do Ministro da Educação ao AEPB
Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, dirige mensagem à comunidade escolar do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca a propósito da Semana da Memória das Vítimas do Holocausto.
A nossa vida não se faz só de matéria, faz-se também de símbolos. As pessoas também são símbolos. As pessoas Justas são símbolos maiores.
É uma honra, também, maior, dirigir-vos uma sentida mensagem na semana que dedicam a homenagear os “Justos” portugueses que o ousaram ser quando, quase todos os outros que o poderiam também ser, preferiram os certamente mais cómodos silêncio e inação.
Saúdo, pois, a vossa ousadia de querer conhecer, pensar, falar e debater o que só aparentemente diz apenas respeito aos outros.
A Europa é-nos, a nós portugueses, um destino que nos foi dado e que só é possível porque estes foram “Justos” e porque se juntaram com outros “Justos Europeus” na nobre resistência à intolerância, à xenofobia, ao racismo e à guerra.
Cabe-nos a todos sermos, hoje e nessa mesma Europa, mais justos. Justos, desde logo, com todos aqueles que, por várias razões, procuram nessa Europa um destino que, não lhes tendo sido dado à nascença, seja capaz de os acolher, perceber, integrar e valorizar.
Pelo menos enquanto o destino de onde provêm se reduziu, para esses mesmos, a um destino de sonho.
Porque na Europa, como na vida, não há “nós” e “eles”. Há tão somente nós.
Porque somos os mesmos, feitos de carne, feitos de sonhos e de sentimentos; feitos de homens e feitos de humanidade.
Feitos de “justos” como vós.
Para esse combate contem com a arma que é das armas mais poderosas que temos: a Educação. Jamais será um lugar-comum ou uma frase batida dizer que “a educação é a arma mais poderosa que temos ao dispor para mudar o mundo”.
E quem o disse sabia bem o que dizia e porquê. Esse alguém chamava-se - chama-se aliás porque é daqueles que sempre nos sobrevirá – Mandela, Nelson Mandela.
Para que quando chegue a nossa vez – que esperemos que nunca chegue – de precisarmos de tolerância como precisamos de comida, àqueles que amanhã decidam o nosso futuro se não lhes ocorra outro pensamento que não este: o de por sermos humanos não sermos – de todo – apenas números.
Somos e seremos sempre, às vezes apesar de nós, pessoas.
Tiago Brandão Rodrigues
Ministro da Educação
27 de janeiro de 2017