Diretor do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca inicia terceiro mandato
Diretor do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca inicia terceiro mandato
Carlos Louro aposta na autonomia
para consolidar uma instituição de referência
O professor Carlos Louro acaba de tomar posse para o exercício do terceiro mandato consecutivo como Diretor do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca.
A cerimónia decorreu no átrio do bloco C da Secundária, numa sessão que contou com a presença de um conjunto alargada de convidados, nomeadamente, o Vice-presidente da Câmara Municipal, o Presidente da Assembleia Municipal, representante da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Diretores de escolas e de agrupamentos de escolas, Coordenadora da Pré-escola da Escola João XXIII-Beira (Moçambique), Provedor da Santa Casa da Misericórdia, Coordenador da Universidade Sénior Diogo Bernardes, autarcas e representante da Associação de Estudantes.
Participaram ainda educadoras de infância, professores, técnicos, assistentes técnicos e assistentes operacionais, encarregados de educação, alunos e também os membros do Conselho Geral, órgão máximo da organização escolar presidido pela professora Virgínia Cunha que, nesta qualidade, investiu o Diretor para mais um quadriénio.
No momento de se dirigir à comunidade educativa, Carlos Louro reafirmou as metas do seu projeto de intervenção, tais como a promoção do sucesso educativo, a promoção de lideranças participadas e partilhadas, o aprofundamento da relação entre a escola e a família, a diversificação da oferta formativa, criando oportunidades de formação ao longo da vida, e o incremento do diálogo com os parceiros económicos, sociais, culturais e institucionais da região.
O aprofundamento da visibilidade pública e a excelência da imagem do Agrupamento na comunidade local/ regional, o fomento de um clima de sadias relações interpessoais e a consolidação de formas de trabalho colaborativo entre os docentes e de uma cultura de autoavaliação em todas as estruturas foram outras metas elencadas.
Para a sua consecução, Carlos Louro defendeu um trabalho articulado entre os diferentes atores educativos, comprometendo-se a prosseguir uma gestão democrática e humanista, aberta ao diálogo, comprometida com o rigor e determinação nas decisões e na sua aplicação, e promotora dos valores associados ao mérito, ao esforço, à solidariedade e ao trabalho em equipa.
Sublinhando tratar-se de uma ação dinâmica, sujeita a correções de prioridades ou de percurso, resultantes de sugestões e de críticas construtivas da comunidade educativa, o Diretor anunciou que pretende privilegiar a procura constante da melhoria e de soluções para o bem-estar e o desenvolvimento socioeducativo dos alunos, a animação das relações pedagógicas, a resposta eficaz dos serviços às solicitações da comunidade escolar e a dinamização das interações com a comunidade.
“Sucessos Improváveis”
No início de uma nova etapa, Carlos Louro fez também questão de falar do passado, recuperando um título do semanário “Expresso” – Sucessos Improváveis –, a propósito de uma notícia sobre os resultados escolares do Agrupamento.
Trata-se de uma história de sucessos, desapontamentos, superação, partilha, perseverança, que – segundo afirmou – nos dá o gozo tremendo de alcançar desempenhos de excelência em projetos como Concurso Nacional de Leitura, Parlamento dos Jovens, Ciência na Escola, Desporto Escolar, Novas Tecnologias, programa de rádio “Leituras e Companhia” e Rancho Folclórico.
Neste contexto, lembrou ainda parcerias de que resultam projetos e ações que constituem uma mais-valia, tais como educação para a saúde, bibliotecas escolares, ensino livre de música, férias desportivas para alunos de mérito, workshops com escritores, designers, animadores, promoção dos valores da educação ambiental com mais de 4000 alunos de todas as escolas dos cinco concelhos do Parque Nacional.
É um trabalho conjunto de alunos, professores, famílias e funcionários que faz com que a escola se encontre, consecutivamente, entre aquelas cujos alunos, comparados os desempenhos na avaliação externa, mais progridem. Se ligássemos aos rankings – ironizou – o jornal “Público” escreveu que fomos a trigésima escola em 2016 e o “Jornal de Notícias”, em 2015, considerou-nos a escola pública melhor colocada na progressão dos alunos.
Enfrentar novos desafios, apostar na autonomia
Ancorado naquilo que definiu como forte matriz identitária do Agrupamento, Carlos Louro destacou a vontade de enfrentar novos desafios capazes de "transformar vidas, alimentar sonhos, projetar carreiras!", conforme dita o lema da Instituição.
A propósito, chamou a atenção para uma série de oportunidades que vão desempenhar um papel fulcral no quotidiano do Agrupamento, nomeadamente, as dinâmicas internas de articulação e supervisão de práticas de ensino, planificação e gestão do currículo, o processo de autoavaliação, a requalificação de instalações da Escola Secundária e da Básica Diogo Bernardes e ainda o elevado número de população ativa do Concelho com baixos níveis de instrução.
Entre os constrangimentos, referiu a tendencial diminuição do número de alunos, a dificuldade de promover todas as ofertas educativas a que aspiram os alunos, a desatualização/ desadequação de alguns equipamentos, a rede escolar local/ regional com oferta formativa sobreposta e concorrência desregulada e apoios institucionais desiguais entre estabelecimentos, e o envelhecimento do corpo docente.
São aspetos que – na sua perspetiva – têm de ser considerados num quadro social que tanto valoriza a escola, mas que, na prática, a esvazia, pelo que – insistiu – importa estar atento ao dito processo de descentralização e apostar com redobrada intensidade na autonomia da escola.
Lembrando a visão, missão e valores consignados no “Projeto Educativo”, Carlos Louro reafirmou a sua determinação em consolidar o Agrupamento como instituição de referência, baseada nos valores estruturantes do humanismo e apta a dotar os cidadãos de conhecimentos, competências e atitudes que permitam rentabilizar as suas capacidades na integração ativa na sociedade e no seu contributo para a vida económica, social e cultural do Concelho e do País, assumindo-se como cidadãos do mundo.
Nesta tarefa, Carlos Louro anunciou que vai contar com a mesma equipa diretiva: Manuel Soares Alves mantém-se nas funções de Subdiretor e como Adjuntos continuam Sílvia Barbosa, António João Guerra e José Pontes.
Uma escola para os alunos
Na sua intervenção, a Presidente do Conselho Geral destacou a vastíssima experiência do Diretor, liderando, desde há 25 anos, um trabalho de qualidade, porque – disse – sempre desempenhou as suas funções convicto de que a escola é para os alunos, a quem tem proporcionado as melhores condições possíveis.
Este é um trabalho que exige uma forte dose de espírito de missão que em muito ultrapassa o espartilho profissional, sobretudo face a situações desafiantes que exigem da escola uma atenção redobrada e um acompanhamento eficaz, como alunos mal alimentados e/ou desmotivados, filhos de pais desempregados, ou com baixa escolaridade, ou, mesmo, com dificuldades no desempenho da sua função parental.
A terminar, Virgínia Cunha desejou, em nome do Conselho Geral, um desempenho que preencha as melhores expectativas, anseio que – comentou – estou certa que será partilhado por todos quantos colaboram com o Agrupamento.
Usaram ainda da palavra a representante da Associação de Estudantes e o Vice-presidente da Câmara Municipal. Evocando o ser percurso de finalista do Secundário, Mariana Lopes agradeceu todo o trabalho e dedicação da Escola e da Direção na sua formação e na formação dos seus colegas e José Pontes felicitou o Diretor, garantindo-lhe a colaboração da Autarquia na concretização do seu projeto de intervenção.
A sessão foi animada com a participação dos alunos do Curso do Regime Livre de Música e também do Rancho Folclórico do Agrupamento. No final, houve um momento de convívio no polivalente da Escola.
Prof. Luís Arezes