A CANTIGA É UMA ARMA: “PEDRA FILOSOFAL”

Quinta, 30 novembro 2023

A CANTIGA É UMA ARMA: “PEDRA FILOSOFAL”

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Na sexta-feira da semana passada, assinalámos o Dia Nacional da Cultura Científica. E foi escolhido o 24 de novembro porque foi nesse dia, em 1906, que nasceu Rómulo de Carvalho, professor de Física e Química, grande responsável pela promoção do ensino de ciência e da cultura científica em Portugal.

Acontece que, para além de homem da ciência e de professor, Rómulo de Carvalho foi também um grande poeta. E como poeta ficou conhecido pelo pseudónimo de António Gedeão.

Pois bem… Nesta edição oitava de “A Cantiga é uma Arma”, vamos dedicar a nossa atenção a uma dos poemas mais conhecidos de Gedeão. Chama-se “Pedra Filosofal” e faz parte da obra “Movimento Perpétuo”, publicada em 1956.

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Mas, afinal, o que é que vem a ser a “pedra filosofal”?

Segundo a “Enciclopédia Significados”, “pedra filosofal é um objeto ou substância lendária com poderes incríveis, capaz de transformar qualquer metal em ouro.” Também poderia ser usada para criar o elixir da vida, “que tinha a propriedade de prolongar a vida da pessoa que o bebesse.”

Por isso é que a “pedra filosofal e os seus poderes estão relacionados com a transmutação e a vontade de criar que existe dentro de cada ser humano.”

Não admira, portanto, que o poema tenha despertado tanto interesse e, sobretudo, se tenha tornado muito popular, quando, em 1970, Manuel Freire, o musicou e interpretou.

Exaltando a força criadora do Sonho, que “é uma constante da vida” ao longo da história da Humanidade, o poema (e a canção…) lançam um fortíssimo desafio à ação, à intervenção, à capacidade da alma humana de imaginar, de antecipar, de modelar, de criar, de transformar:

(…) Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.”

2324 08 Manuel Freire 2324 08 Romulo de Carvalho

Pelo contexto em que se vivia, em Portugal, no início dos anos 70 do século passado, a canção rapidamente se tornou num hino e numa bandeira da resistência contra a ditadura.

Dir-se-ia que estávamos perante um grito de cidadania, que apelava, simbolicamente, à busca da “Pedra Filosofal”, capaz de transformar o país num Portugal novo, um país de Liberdade, de Democracia.

Vamos, então, ouvir – e cantar – a “Pedra Filosofal”, um poema inspirador e intemporal de Gedeão, na voz de Manuel Freire…

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