Demian (Hermann Hesse)
Valeu a pena ler esta obra pelo que ela me fez reflectir. Assim que fechei o livro, fiz uma retrospectiva de tudo o que li, e, de facto, o que mais me impressionou foi, ao contrário do que eu imaginava, a amizade entre Sinclair e Demian.
De início, não gostava de Demian, porque pensava que este se estava a aproveitar da fragilidade de Sinclair para futuros favores; no entanto, no desenlace da acção, apercebi-me da grandeza daquela amizade: ambos foram feridos num combate na guerra e, por acaso, estavam a ser tratados no mesmo local, numa cama por cima da outra, e, antes de morrer, Demian aconselha Sinclair a nunca mais deixar ninguém aproveitar-se dele como Franz Kromer se havia aproveitado (um assunto de que nunca nenhum dos dois ousara falar ao longo dos anos).
Fiquei surpreendida com a minha reflexão, pois a obra retrata fundamentalmente as dúvidas existenciais ao longo do crescimento e amadurecimento da personalidade de Emil Sinclair. As questões religiosas e a controvérsia que estas originam também podiam ter sido um assunto que me desse que pensar, e na altura deu, mas no final de tudo o que, de facto, me marcou foram aqueles dois amigos que, apesar da separação de vários anos, das várias discórdias e conflitos, nunca deixaram de ser ‘’amigos’’ no sentido profundo da palavra.
Joana Silva, 12.º C