Dezembro... Um Mês Especial!
Dezembro... Um Mês Especial!
Partilhamos o registo de alguns momentos que demonstram o espírito natalício da nossa escola.
Um agradecimento especial aos alunos, professores e assistentes operacionais que diretamente se envolveram no espírito natalício e tornaram possível todos estes momentos!
Um Feliz Natal para todos!
Daniela Pereira
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 12
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 12
Camões: Embarca Engenho e Arte – “Dos Céus à terra desce a mor beleza”
Dos Céus à terra desce a mor beleza,
Une-se à carne nossa e fá-la nobre;
E, sendo a humanidade dantes pobre,
Hoje subida fica à mor alteza.
Busca o Senhor mais rico a mor pobreza
Que, como ao mundo o seu amor descobre,
De palhas vis o corpo tenro cobre,
E por elas o mesmo Céu despreza.
Como Deus em pobreza à terra desce?
O que é mais pobre tanto lhe contenta
Que só rica a pobreza lhe parece.
Pobreza este Presépio representa.
Mas tanto, por ser pobre, já merece
Que quanto é pobre mais, mais lhe contenta.
Luís Vaz de Camões, “Lírica Completa II. Sonetos”, prefácio e notas de Maria de Lurdes Saraiva, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1980, pp. 286-287.
A poucos dias da Festa do Natal, partilhamos este belo soneto, “Dos Céus à terra desce a mor beleza”, apesar de a sua autoria camoniana não ser consensual.
Diante do presépio, ou seja, do curral ou da manjedoura onde, segundo o “Evangelho de Lucas”, Maria deu à luz, “porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7), o sujeito poético reflete sobre o acontecimento natalício, defendendo “que Deus desce à terra em pobreza e, ao humanar-se, torna nobre toda a Humanidade.”
Por outras palavras, Deus faz-se homem para que o homem recupere horizontes de grandeza divina, a ponto de poder chamar-se filho de Deus…
Esta ideia é também sublinhada na primeira estrofe de um outro soneto, igualmente de autoria camoniana duvidosa:
“Desce do Céu imenso, Deus benino,
Para encarnar na Virgem soberana.
‘Porque desce divino em cousa humana?’
‘Para subir o humano a ser Divino.’”
A tónica dominante do poema é, no entanto, de âmbito social e tem a ver com o desafio da pobreza, ou melhor, do despojamento.
“O Senhor mais rico” procura voluntariamente a pobreza e troca o Céu pelas “palhas vis” com que se cobre:
“Como Deus em pobreza à terra desce?
O que é mais pobre tanto lhe contenta
Que só rica a pobreza lhe parece.”
Na opinião de especialistas da lírica de Luís de Camões, esta será uma poesia da última fase literária do artista, marcada já “pelo fervor da Contra-Reforma“ e “muito distante da fase petrarquista”.
Em plena quadra festiva, Camões continua a embarcar Engenho e Arte…
Feliz Natal!
A Organização
Mostra de Cursos
Mostra de Cursos
No dia 13 dezembro de 2024, no âmbito da Orientação Escolar e Profissional, o Serviço de Psicologia e Orientação (SPO), em colaboração com a Equipa Inspiring Future, promoveu a Mostra de Cursos Superiores e Cursos Técnicos Superiores Profissionais, na Escola Secundária de Ponte da Barca.
Os alunos do ensino secundário puderam visitar, de forma rotativa, o “Espaço Expositores“, localizado no polivalente, no qual estiveram representadas diversas instituições de ensino superior, o Exército Português e o CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica.
Paralelamente, os alunos que frequentam o 12.º ano de escolaridade (Cursos Científico-Humanísticos e Curso Profissional) tiveram a oportunidade de assistir a palestras e workshops, de acordo com os seus interesses.
Este evento teve como objetivo fomentar o conhecimento sobre os Cursos Superiores e Cursos Técnicos Superiores Profissionais, potenciar o desenvolvimento pessoal dos alunos e apoiar na construção de projetos vocacionais consistentes.
Serviço de Psicologia e Orientação
Torneio de Basquetebol 3x3 na escola
Torneio de Basquetebol 3x3 na escola
O grupo de Ed. Física organizou o torneio de “Basquetebol 3x3” na manhã do dia 13 de dezembro, no pavilhão municipal de Ponte da Barca.
Esta organização permitiu oferecer às 54 equipas num total de 180 alunos participantes uma atividade saudável, lúdico-desportiva de qualidade promovendo a modalidade de Basquetebol junto dos alunos do 5.º ao 12.º ano.
Foi uma manhã plena de competição, tendo-se realizado um total de 116 jogos.
Saíram todos vencedores pois o contributo desta atividade permitiu sensibilizar os alunos para a importância da prática do exercício físico.
Parabéns aos participantes!
Grupo de Ed. Física
A magia do livro e da leitura encantou a Educação Pré-escolar e o 1.º Ciclo
A magia do livro e da leitura
encantou a Educação Pré-escolar e o 1.º Ciclo
A magia do livro e da leitura mobilizou a Educação Pré-escolar e os alunos do 1.º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, que participaram numa divertida encenação teatral dinamizada por Mari Popó.
A animação aconteceu ao longo de três dias, nas Escolas Básicas de Crasto, Entre Ambos-os-Rios e Diogo Bernardes, e teve como inspiração as duas obras previamente trabalhadas, numa articulação entre a Biblioteca Escolar e os respetivos Departamentos: “Gilberto, o cão poeta, anima a festa!”, de Gisela Silva, com ilustração de Ireneu Oliveira (EPE e 1.º ano), e “Uma andorinha na minha cabeça”, de Ireneu Oliveira (2.º, 3.º e 4.º anos).
Num registo extremamente dinâmico e interativo, a animadora explorou a riqueza da mensagem humanista das obras, ao mesmo tempo que proporcionou uma magnífica ilustração viva da beleza da linguagem cénica, nomeadamente, as potencialidades da voz – ao nível do ritmo, da entoação, da expressividade –, o poder sugestivo da mímica, do movimento, da animação, e ainda a força comunicativa dos adereços e do cenário.
Em relação aos mais novos, ficou a mensagem de união e de entreajuda, sintetizada na quadra do final do livro:
“E os meninos e as meninas sabem que mais?
A vida é uma poesia que nunca vai acabar,
Se dermos as mãos, como iguais,
Todos unidos poderemos celebrar.”
Quanto à obra “Uma andorinha na minha cabeça”, ofereceu uma magnífica encenação centrada nos valores da educação ambiental e da relação saudável do homem com a natureza, preservando esta casa comum, que é o planeta Terra.
Os encontros com a animadora Mari Popó aconteceram, mais uma vez, no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia e surgiram na sequência do trabalho articulado das educadoras e docentes titulares com a Biblioteca Escolar, que, na hora do conto, fez para cada uma das salas/ turmas a leitura expressiva da obra, com uma abordagem reflexiva sobre as temáticas subjacentes.
Biblioteca Escolar
Geógrafos apresentam a relação entre planeamento, desenvolvimento e bem-estar
Geógrafos apresentam a relação entre planeamento, desenvolvimento e bem-estar
O grupo de Geografia promoveu a palestra “Planeamento, desenvolvimento e bem-estar”, no auditório da Escola Secundária, no dia 9 de dezembro, com o intuito de mostrar, através dos ilustres convidados: Professor Doutor José Alberto Rio Fernandes - Professor Catedrático da Universidade do Porto e Professor Doutor Pedro Miguel Magalhães Nunes Chamusca – Investigador Auxiliar na Universidade do Minho, a relação existente entre ordenamento do território e qualidade de vida.
Num ambiente acolhedor, proporcionado pela assistente operacional Celeste Barros, o evento iniciou-se com o Hino do Agrupamento, na voz do Gabriel Lopes (10.ºC), seguido das boas-vindas aos convidados e arranque dos trabalhos por parte do Diretor do Agrupamento.
Feita a apresentação da vida e obra dos palestrantes por parte da Léa Amorim (10.ºC), o público teve a oportunidade de constatar, de forma clara e objetiva, a relação entre o planeamento, o desenvolvimento das regiões e o bem-estar da população. “Crescimento não é o mesmo que desenvolvimento, tal como ter muito dinheiro não significa, só por si, felicidade. Assim, as regiões podem gerar muita riqueza, mas, só há desenvolvimento se as pessoas forem felizes!”, segundo Rio Fernandes. Além disso, elevadas concentrações de população não significam desenvolvimento, acabam por gerar deseconomias de aglomeração, “a cidade mais feliz do mundo é Aarhus, na Dinamarca, uma cidade com cerca de 3000 habitantes”, informou Rio Fernandes.
Na perspetiva de Pedro Chamusca o planeamento é fundamental para que o bem-estar da população aconteça. “Tal como é necessário planear o estudo para que os bons resultados surjam, também para que exista boa qualidade de vida, desenvolvimento e bem-estar, o planeamento urge”, destacou Pedro Chamusca. Destacou ainda que “o planeamento participativo, envolvendo governos, profissionais e a própria comunidade, é essencial para garantir resultados positivos e duradouros”.
As intervenções dos participantes (alunos maioritariamente do ensino Secundário e a frequentarem a disciplina de Geografia A) permitiram o esclarecimento de conceitos, a apropriação de novos saberes… sobretudo, criar uma forma inovadora na escola de aprender Geografia.
O contributo dos alunos do curso profissional de Multimédia (12.ºD) foi fundamental no registo fotográfico e em vídeo deste acontecimento (vídeo posteriormente divulgado na página do Agrupamento).
Como é apanágio do povo barquense, a palestra terminou com a Marcha da Barca, do poeta barquense Manuel Parada, ao som da concertina.
dezembro de 2024,
O grupo de Geografia
Sarau de Poesia celebra o Natal
Sarau de Poesia celebra o Natal
Um grupo alargado de alunos do 1.º Ciclo deu voz a um Sarau de Poesia, com textos centrados na temática do Natal e nos valores humanistas da quadra que estamos a viver.
Promovido pela Biblioteca Escolar, em articulação com o Departamento do 1.º Ciclo, o Sarau decorreu no auditório da Escola Básica Diogo Bernardes e registou ainda a participação de alguns colegas, professores e de perto de duas dezenas encarregados de educação.
Em sintonia, todos disseram/ sentiram a riqueza e a beleza da Palavra feita Poesia, celebrando o espírito do Natal e trabalhando para a construção de uma “Escola a Ler”...
Biblioteca Escola
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 11
Camões: Embarca Engenho e Arte – Edição 11
Camões: Embarca Engenho e Arte – “Perdigão perdeu a pena”
Perdigão perdeu a pena,
Não há mal que lhe não venha.
Perdigão, que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha:
Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado;
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha.
Luís de Camões, “Lírica”, fixação de texto de Hernâni Cidade, Lisboa, Círculo de Leitores, 1980, p. 114.
Este é um vilancete que trata o tema do amor não correspondido ou impossível, ao mesmo tempo que estabelece um contraste entre o sonho e a realidade…
Num tom espirituoso, o poema explora, num jogo de palavras, a riqueza polissémica do vocábulo "pena", considerando as suas virtualidades semânticas: por um lado, a “pena do voar”, isto é, o sonho, e, por outro, a “pena do tormento”, ou seja, a realidade, para já não falar na “pena”, símbolo da escrita.
Numa primeira abordagem, descreve-se a tentativa fracassada de uma ave, um perdigão, em voar até um “alto lugar”, como “uma alta torre”. Ao falhar, cai e fica sem penas, isto é, “desasado”, “(…) E, vendo-se depenado, / De puro penado morre”, sofrendo as consequências da sua ambição desmedida, ao tentar ultrapassar os seus limites.
Acontece que, em muitas culturas, “perdigão” – ou perdiz – é símbolo do apelo do amor, da mulher. E, na tradição cristã, representa a tentação, a perdição.
Numa leitura alegórica, o poema sugere, por isso, um amor não correspondido e critica, jocosamente, a ambição desmedida.
A perda das penas da ave representa a perda do sonho de voar – de subir em pensamento “a um alto lugar” – e a consequência da sua ambição:
“Perde a pena do voar,
Ganha a pena do tormento.”
O eu poético verifica, assim, que a realidade prevalece, que o sonho alimentado é impossível, que o amor desejado é inatingível e que a dor que a queda e o reconhecimento trazem consigo ganha…, ganha a pena do tormento.
O ato de escrever representado pela pena, utensílio de escrita, alia-se a essa outra pena, a do sofrimento de um amor impossível.
Esta é uma situação que nos traz ao pensamento os amores proibidos, impossíveis, de Camões, que lhe causaram tantos dissabores na vida…
Deixamos o convite para escutar o vilancete cantado por Amália Rodrigues, com música de Alain Oulman. Faz parte do álbum “Cantigas numa Língua antiga” (1977).
A Organização